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outubro 06, 2010

Interesseiros, morram.

Você conhece alguma pessoa interesseira? 

Esse assunto não veio aleatóriamente em minha mente, foi por conta de um fato recente, mas achei que devia escrever sobre isso (e escrever pra mim mesmo, porque sei que ninguém lê esse blog!).

Quer saber se uma pessoa é interesseira? Diga a ela que você vai viajar pro exterior. Se quiser testar mesmo o interesse da pessoa, diga que vai pra Miami. 

Ok, somos consumistas e pagamos impostos absurdos em nosso país, o que realmente nos leva a pensarmos em alternativas para termos os tão cobiçados objetos (eletrônico então nem se fala) em nossas mãos por um preço mais justo. Mas até onde estamos dispostos a pagar pela "ajuda" amiga?

Não é a primeira vez que ouço um caso de um colega ir viajar para os EUA e uma pessoa pedir coisas para ela trazer. Ok, temos amigos e pelo menos eu como pessoa, sempre penso em trazer algo de lembrança, até mesmo para mostrar que você lembrou da pessoa enquanto fazia sua viagem! No auge da sua felicidade de realização de uma viagem internacional você acaba contando para os mais próximos... Mas e se esse "próximo" for um interesseiro?

Pois é. O "causo" que vos escrevo é bem verídico e presenciado por duas vezes, acreditem. Na primeira eu levei em conta o famoso "coleguismo" que temos para com o outro quanto a esses pedidos. Sabe quando a pessoa te pede tal coisa e se você encontrar, você trás? E ai quando a pessoa também for, ela pode trazer pra você? Certo, até ai nada errado, certo?

Bom, mas e se eu pedisse a você algumas coisas (independentemente do valor) para que você trouxesse para mim, ou seja, que você pudesse comprar pra mim no exterior (leia-se perder tempo) e depois que você voltasse para o Brasil, eu pedisse para você vir trazer as coisas em casa? Hum, você pode pensar que não tem nada errado nisso, porque se você é amiga/colega dessa pessoa você pode até ir, pra conversar um pouco, bater um papo, contar sobre a viagem... Mas e se fosse para entregar a encomenda e tchau? Hahaha. É, eu também pouco acreditei na história.

Isso aconteceu por sinal em minha viagem para a Europa o qual andei por Paris em busca de uma blusa da marca XPTO. (realmente não lembro a marca). Ok, tivemos a boa vontade de parar em muitas lojas para procurar a tal blusa e nada. Essa pessoa também pediu diversas coisas do freeshop, o qual eu aprendi que temos uma cota única de 500 dólares (e não pode passar disso) para compras, ou seja, se você se dispõe a comprar um relógio para alguém ou algo mais caro, sua cota rapidinho vai pro espaço. 

Não encontrada a blusa, seguimos a vida em nossa viagem, mas na volta para casa, paramos no free shop o qual levamos 1 hora para pegar as coisas que os outros queriam e se pudesse calcular, não mais que 10 minutos para escolher o que eu queria, até porque eu achava justo escolher algo para mim. Era um momento o qual eu tinha que aproveitar. 

Voltando para casa, era hora de entregar as encomendas. Tudo pago em valores absolutos (valor em dólar + IOF * cotação, ou seja, foda-se se você teve o trabalho ou desperdiçou tempo fazendo isso) e nada mais. Uma das pessoas ainda teve a cara de pau de pedir para deixar na portaria de casa que ela pegava. E sabe o mais engraçado? Não eram poucas coisas, nem coisas baratas. Olha só o interesse.

Eu odeio de morte pessoas interesseiras. Eu acho válido uma "troca de favores", mas agir por interesse ou mesmo manter uma amizade por conta disso eu já acho que extrapola os meus limites. 

Sabe como eu funciono: Se preciso de algo do exterior e alguém se propõe a trazer pra mim, eu já falo pra pessoa fazer "seu preço", ou seja, calcular o "tempo e disposição" gastos para que a pessoa possa trazer para mim o que eu quero. Acho que isso é no mínimo justo. Se não bastasse, faço questão de convidar a pessoa à minha casa para comer uma pizza, contar da viagem e então que ela possa me trazer as coisas pedidas. Eu acho que isso é um mínimo de educação que temos que ter. Estou errado?

Minha mãe recentemente foi pros EUA. Lógico que pedi algumas coisas (nada caro exceto o iPad que tanto queria), mas tudo que pedi para os outros, eu já avisei que minha mãe não traria pela pura conversão do dólar, mas sim um valor com um percentual em cima para que ajudasse a pagar a viagem dela. Quem está comprando está pagando pelo menos 30% a menos do que custaria aqui e ao mesmo tempo está ajudando a pagar o custo da viagem da minha mãe aos EUA.

Se você quer algo pelo valor do cambio, economize, tire o visto, compre uma passagem e vá. Abusar dos outros é ridículo e acho isso uma sacanagem sem tamanho.

Ano que vem devo viajar para fora de novo. Quer algo? Pense bem como pedir.

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